quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Crisis

A maioria das mulheres se sentiria plenamente feliz com um namorado dedicado e apaixonado, um emprego que dê segurança e uma vida de paz interior. Pois é. O problema aparece quando determinados aspectos do relacionamento amoroso não vão bem. E parece que todo o resto desaba e a paz acaba.
Poderiam dizer que sou louca por me queixar assim. Mas estou como um vulcão por dentro e se não escrevo, acabo não conseguindo achar uma solução.
Tudo bem, ele faz tudo por mim. É um namorado dedicadíssimo, fiel, carinhoso. Um pouco grudento, devo admitir. Mas o problema é outro. De uns tempos pra cá (de dois meses de namoro até hoje... aff), ele tem ficado mais tempo em minha casa que na dele. Isto às vezes cai em meu âmago como uma invasão do meu espaço. Sim, é possível que um dia eu me case. E aí, como vai ser? Vou conseguir ter alguém morando comigo, depois de tantos anos de independência e solidão relativa?
O problema é que mesmo sendo solteira, estou vivenciando problemas de casada. Não pense que falo de apertar pasta de dente no lugar errado ou  não abaixar a tampa do vaso. Isso não me afeta. Falo de problemas financeiros. Não sou aficcionada por dinheiro, mas confesso que ter uma vida financeira desequilibrada não me apetece, e me desestabiliza inclusive. Agradeço todos os dias por minha melhora profissional, meu êxito gradual e as chances maiores de um sucesso profissional bem sólido. Mas ele... Com quase 40 anos de idade enfrenta um achatamento do salário, uma carreira cada dia menos promissora em uma empresa que só faz a infelicidade dos funcionários. E não vejo perspectivas de melhora. No meio da encrenca, eis que o apartamento dele não terá renovação do contrato do aluguel. E começa a busca desesperada de um imóvel para alugar em um mercado inflacionadíssimo.
Os mais racionais pensariam: por que não morar juntos então? E aí vem a bomba... Vou assumir um compromisso público com alguém que amo, mas que não tem possibilidade de melhoras? Que não pode me oferecer uma segurança, que não consegue trocar o próprio carro? E que vou provavelmente ter que sustentar pois nem aposentadoria terá??
Isso me corroi por dentro. Não tenho nem com quem conversar, afinal  é um assunto delicado e que aparentemente não tem solução. Ou eu aceito a situação ou termino o namoro. Já tentei dar dicas, idéias, mas parece que nada vai mudar muito. Falta esforço por parte dele... E falta coragem pra falar tudo pra ele. Vai soar como uma afronta, como se eu estivesse indo direto ao ponto fraco, humilhando.
Nisso minha cabeça vai longe, não sinto desejo físico mais, até inconscientemente crio situações para afastá-lo de mim e aí vem aquele remorso horroroso e um arrependimento imediato.
O que vale mais na vida? Ter alguém que te ame mas sem perspectivas de te dar segurança financeira ou alguém que pise na bola e seja abonado?
Ideal seria a união das duas coisas, mas definitivamente nunca consegui achar ninguém assim.
E estou sofrendo todos os dias.

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