domingo, 10 de dezembro de 2017

Delírio onírico

Normalmente os sonhos vêm, mas não ficam. Passam e desaparecem... Mas nas últimas duas noites dois sonhos aconteceram claros, detalhados, perturbadores. No primeiro, um bebê em meus braços, Luiza. Parecia meu. E a total falta de entendimento de como aquele pequeno ser vivia não me permitia cuidar adequadamente. E num descuido em uma bacia amarela, afogou-se, quase dormindo. E acordo em pânico, a tempo de não saber se a paralisia serena era definitiva. Em outro dia, me vejo envolvida iniciando uma empresa, que em seu letreiro grande, de letras soltas e título pouco criativo, havia um erro ortográfico. Um vizinho do mesmo ramo, ao lado, tinha letreiro com nome quase igual, porém sem erro. E mais uma vez, a clareza do sonho avisava que o aluguel do local custava 200 mil. Mensais. Por um quadrado de 20 metros quadrados, murado, gramado, com um pequeno barracão construído. E era o meu negócio. Insano. No qual eu acreditava piamente.
Tenho (me) perdido muito ultimamente. Está se esvaindo do meu ser a capacidade de escrever bem (inspiração), de ler com fluidez, de agir com organização e coerência... A paciência de ouvir, de ouvir sem julgar, especialmente. O coração anda apertado, amargurado, ansioso. Cansado. Faço tudo muito e não faço nada como queria. Nunca tive problemas com a fala em público, gaguejo. Nunca tive dificuldade em estudos, fiz pontos abaixo da média após ter tido um homérico "apagão" em um teste teórico. Taquicárdica, me apavoro e choro, tremendo o queixo nervosa. Acho que não sou eu mais.

Vintage

Ainda sou da geração do blog. Quase um ancião, frente a tantas mídias sociais instantâneas espalhadas por aí. Mas gosto da ideia do anonimato, da escrita pensada, da autorreflexão... E da não necessidade de ser "curtida". Escrevo para mim. E é escrevendo que, perdida, me acho. Talvez.