quinta-feira, 9 de abril de 2009

Escândalo

É impressionante como algumas pessoas não têm o menor senso de como viver em sociedade.
Estava dormindo no sofá da sala, depois de um dia cansativo e ouço uma voz exaltada vindo da rua, alguns andares abaixo da varanda do apartamento. Aquele estado de confusão, uma mistura do sono com a vigília, não me permitia saber se aquela barulhada era sonho ou era real. A insistência me despertou e fui à varanda ver o que se passava.
Um sujeito discutia ao celular com alguém, que depois ouvi o nome, a Grazi, possivelmente a namorada, em volume megafônico. Penso até que não havia necessidade do uso do telefone, se a moça morasse nos quarteirões ao redor, tamanho era o escândalo.
Ele não chorava, mas a voz era de desespero. Ele reclamava, que vivia um inferno, que as brigas eram muitas e duvidava se ela gostava dele. Enquanto berrava, andava de um lado para o outro. E agachava, levava as mãos à cabeça, e perguntava se ela queria terminar.
Os vizinhos dos prédios ao redor assistiam ao circo de um palhaço só.
De repente, desligou o celular e saiu, batendo os pés no chão.

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