quinta-feira, 18 de setembro de 2008

All we are is dust in the wind.

Não saberia explicar ao certo o que se passa nesse momento. A perda de alguém nunca é fácil, vem acompanhada de uma angústia, tristeza, impotência e talvez de remorso. Palavras não ditas, abraços desfeitos, a distância abissal e espinhos. Um fio de esperança rompeu e se perdeu no tempo. Tormenta de idéias, vazio de palavras. A cena que não presenciei, mas consigo sentir como se houvesse acontecido frente a meus olhos, foi de uma despedida sincera, breve mas dolorosa. Um adeus, um pedido de desculpas, e o perdão. Ela se foi, e espalhou ao vento aquela poeira que há anos estava sedimentada sobre feridas abertas, que nunca cicatrizaram. E as mágoas, ácidas, purulentas, explodiram-se em meio ao caos.
Lágrimas brotaram, molharam a face, enrubesceram as frontes. Saudade. Do tempo em que tudo era paz e a alegria brincava pelos terreiros. Dos Natais. Dos lampiões. E do cheiro de macela que emanava dos travesseiros macios. Das frutas, das árvores e do burburinho do riacho que corria lento. Dos pijamas, da velha máquina de costura, das bonecas de milho. Da lenha, do café e da chave do armário de quitutes.
Tudo passa. Um ciclo se encerra, outros se iniciam.
Que venha a serenidade necessária para aceitar aquilo que não podemos modificar, a coragem para modificar o que for passível de mudanças e a sabedoria para distinguir as nuances de cada situação.

Um comentário:

Anônimo disse...

hmm.. pior perder alguém ou se perder!? já não sei.

obrigada pela visita!
venha sempre pro chá das cinco (:
;*